
Por que não comparar a vida com uma colcha de retalhos?
Você dorme 8 horas por dias, trabalha mais 8h (em média, é claro), estuda mais 4h. Fica preso mais 2h no trânsito, resultado: sobram-lhe duas, apenas duas horas do seu dia em que você é apenas você, de você e para você.
Ah sim, sobram-lhe os finais de semana que você tem que dividir entre amigos, família e vertentes. Sim, temos que dividir, afinal, no final de semana você não trabalha 8h, mas prolonga sua soneca em 9h ou 10h, almoça calmamente, conversa, assiste um programa de televisão, vê um bom filme, vai a um bom cinema.
Uma vez me disseram: “Você fez parte da minha folga.” No momento pôde parecer frio, mas depois percebi qual o grau de importância que isso representa.
Vivemos de momentos, pequenos momentos na vida. Às vezes, uma tarde se torna eterna, de um surrealismo sublime, intenso, verdadeiro, não se sabe se aquela tarde acabará naquela tarde, não se sabe se aquela tarde trará noites, dias, viagens, férias, mas não reclame se não se tornar. Lembre-se daquela tarde. Em que tudo parecia possível, em que todas as questões eram decifradas, todos os erros eram concertados, em que tudo pelo que você brigava parecia valer a pena. Em que ninguém lhe incriminava, ninguém lhe prendia. Em que as possibilidades se abriam como flor na primavera, e você escolhia qual a melhor.
Aquela tarde acaba. Como a noite que vem em seguida. Como o dia que vem em seguida. E surge uma nova tarde. Talvez mais quente, talvez mais fria. Quem sabe?
E então você dorme mais 8 horas, e dirige por mais duas horas, e trabalha por mais oito horas e estuda por mais quatro horas, até que chega enfim às suas tão sagradas duas horas, onde você escolhe sua companhia, mas nem sempre a companhia te escolhe.
Pois é. Vivemos a conseqüência do ontem. A conseqüência do anteontem. Não temos algo imediato, não quando envolvemos outras pessoas de livre e espontânea vontade. Vomita porque escolheu beber. Sofre porque escolheu amar. Ama porque escolheu conhecer. Conheceu porque escolheu não ficar só. Ficou só porque escolheu amar demais.
Neste jogo que aquela tarde entramos, estamos jogando sem árbitro, jogando com regras distintas. Efêmero ou eterno? Não sei. Apenas sinto. Sinto que seria bom continuar. Mas se não continuar, pelo menos acabou no bom momento. Às vezes, momentos são como belas fotografias, você as olha, e se lembra, mesmo amareladas, de como foi bom este momento, de como foi intenso e eterno. Fotografias são eternas. Às vezes, o momento se prolonga, e se torna uma historia. E a historia às vezes não é tão boa, se prolonga demais e, aquele momento perfeito se torna pequeno, perto do imperceptível. E esse é o grande barato da tragicomédia das relações interpessoais. Não é quem, é quando. Eis a grande problemática.
E nós esperamos algo divino, o segundo sol, o alinhamento planetário, a vida após a morte, uma viagem extra-corpórea, o Armageddon. E não percebemos que a grande atração da vida está nas pequenas coisas. Nos nossos pequenos e eternos momentos. Naquela colcha de retalhos, retalhes de momentos, retalhos de sorrisos, retalhos de alegria, que teimamos em deixar no armário e só tirarmos em dias de frio, dias cinzentos e tristes, mas que deveríamos deixar na cama sempre, mesmo no calor, mesmo dobrados, mas sempre a vista, nos lembrando das coisas boas, pois assim esquecemos as más, nos lembrando da música, das frases ditas, dos sonhos combinados, das loucuras que nunca foram feitas, das promessas, muitas descabidas, poucas exercidas, mas por que não sonhar na vida? Ela é curta, talvez não de imediato para o jovem, mas curta para o velho. E jovens ficam velhos. Pelo menos deveriam ficar.
Mas nunca se esqueça de estender a colcha de retalhos. No final do dia, na hora de reflexão. Certamente um sorriso amarelo de saudade brotará em seu rosto, uma lágrima caíra e sempre ficaremos com a amarga sensação de que poderíamos ter feito diferente se algo tivesse sido feito, ou não feito. Mas o “se” não existe. Aliás, ele existe apenas para amenizar o resultado, para nos lembrar de como somos tolos, e são mais tolos aqueles que tentam mudar o inevitável, mesmo no imaginário. E viva o amor platônico, mesmo que por alguns segundos de um viés criativo.
As coisas que você vive agora, você escolheu ontem, mesmo sem saber, mesmo no imbróglio desapercebido de alguns segundos, ou na sabedoria chegada por horas incessantes de reflexão.
Conseqüências meu caro amigo. Conseqüências.
Você dorme 8 horas por dias, trabalha mais 8h (em média, é claro), estuda mais 4h. Fica preso mais 2h no trânsito, resultado: sobram-lhe duas, apenas duas horas do seu dia em que você é apenas você, de você e para você.
Ah sim, sobram-lhe os finais de semana que você tem que dividir entre amigos, família e vertentes. Sim, temos que dividir, afinal, no final de semana você não trabalha 8h, mas prolonga sua soneca em 9h ou 10h, almoça calmamente, conversa, assiste um programa de televisão, vê um bom filme, vai a um bom cinema.
Uma vez me disseram: “Você fez parte da minha folga.” No momento pôde parecer frio, mas depois percebi qual o grau de importância que isso representa.
Vivemos de momentos, pequenos momentos na vida. Às vezes, uma tarde se torna eterna, de um surrealismo sublime, intenso, verdadeiro, não se sabe se aquela tarde acabará naquela tarde, não se sabe se aquela tarde trará noites, dias, viagens, férias, mas não reclame se não se tornar. Lembre-se daquela tarde. Em que tudo parecia possível, em que todas as questões eram decifradas, todos os erros eram concertados, em que tudo pelo que você brigava parecia valer a pena. Em que ninguém lhe incriminava, ninguém lhe prendia. Em que as possibilidades se abriam como flor na primavera, e você escolhia qual a melhor.
Aquela tarde acaba. Como a noite que vem em seguida. Como o dia que vem em seguida. E surge uma nova tarde. Talvez mais quente, talvez mais fria. Quem sabe?
E então você dorme mais 8 horas, e dirige por mais duas horas, e trabalha por mais oito horas e estuda por mais quatro horas, até que chega enfim às suas tão sagradas duas horas, onde você escolhe sua companhia, mas nem sempre a companhia te escolhe.
Pois é. Vivemos a conseqüência do ontem. A conseqüência do anteontem. Não temos algo imediato, não quando envolvemos outras pessoas de livre e espontânea vontade. Vomita porque escolheu beber. Sofre porque escolheu amar. Ama porque escolheu conhecer. Conheceu porque escolheu não ficar só. Ficou só porque escolheu amar demais.
Neste jogo que aquela tarde entramos, estamos jogando sem árbitro, jogando com regras distintas. Efêmero ou eterno? Não sei. Apenas sinto. Sinto que seria bom continuar. Mas se não continuar, pelo menos acabou no bom momento. Às vezes, momentos são como belas fotografias, você as olha, e se lembra, mesmo amareladas, de como foi bom este momento, de como foi intenso e eterno. Fotografias são eternas. Às vezes, o momento se prolonga, e se torna uma historia. E a historia às vezes não é tão boa, se prolonga demais e, aquele momento perfeito se torna pequeno, perto do imperceptível. E esse é o grande barato da tragicomédia das relações interpessoais. Não é quem, é quando. Eis a grande problemática.
E nós esperamos algo divino, o segundo sol, o alinhamento planetário, a vida após a morte, uma viagem extra-corpórea, o Armageddon. E não percebemos que a grande atração da vida está nas pequenas coisas. Nos nossos pequenos e eternos momentos. Naquela colcha de retalhos, retalhes de momentos, retalhos de sorrisos, retalhos de alegria, que teimamos em deixar no armário e só tirarmos em dias de frio, dias cinzentos e tristes, mas que deveríamos deixar na cama sempre, mesmo no calor, mesmo dobrados, mas sempre a vista, nos lembrando das coisas boas, pois assim esquecemos as más, nos lembrando da música, das frases ditas, dos sonhos combinados, das loucuras que nunca foram feitas, das promessas, muitas descabidas, poucas exercidas, mas por que não sonhar na vida? Ela é curta, talvez não de imediato para o jovem, mas curta para o velho. E jovens ficam velhos. Pelo menos deveriam ficar.
Mas nunca se esqueça de estender a colcha de retalhos. No final do dia, na hora de reflexão. Certamente um sorriso amarelo de saudade brotará em seu rosto, uma lágrima caíra e sempre ficaremos com a amarga sensação de que poderíamos ter feito diferente se algo tivesse sido feito, ou não feito. Mas o “se” não existe. Aliás, ele existe apenas para amenizar o resultado, para nos lembrar de como somos tolos, e são mais tolos aqueles que tentam mudar o inevitável, mesmo no imaginário. E viva o amor platônico, mesmo que por alguns segundos de um viés criativo.
As coisas que você vive agora, você escolheu ontem, mesmo sem saber, mesmo no imbróglio desapercebido de alguns segundos, ou na sabedoria chegada por horas incessantes de reflexão.
Conseqüências meu caro amigo. Conseqüências.
4 comentários:
Guii sempre viver intensamente
Você está escrevendo muito bem! E aind avai melhorar mais!
Sonhei com o fim do mundo, e fiquei preocupado em não conseguir me despedir de vc antes do grande final.
Bom saber que foi só um sonho bom.
Abs.
Profundo e cotidiano,muito interessante Gui, parabéns, vc consegue escrever de uma forma linda!
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